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CAPA ESPECIAL

Manoel

Soares

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Direção artística @oalemonteiro Coordenação @pollypiva Produção executiva @_pivaleticia Fotógrafo @jordanfotografo Stylist @felipe_castelo_ Beleza @eurenantavarez Assistente Stylist @emersonavli Identidade visual @arqcena

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“Eu falei que muita coisa bacana estaria por vir, e desenvolver a coleção da Mano Rei tem sido uma grata surpresa porque até então eu não tinha me imaginado no universo da moda, não como criador, e o resultado superou as expectativas. Não estamos lançando apenas uma roupa para vestir, mas espelhando uma ideia'', conta Manoel Soares. 

Apresentador multiplataforma, jornalista, ativista social e fundador do Bombou, Manoel Soares é natural de Salvador e exemplo de persistência e resiliência, cresceu em um contexto de violência e já chegou a viver em situação de rua. Antes de trabalhar com comunicação, trabalhou como gráfico e também na construção civil. Formado em Comunicação Social pela ULBRA, o apresentador iniciou sua carreira na área da comunicação há mais de 20 anos, atuando na RBS TV, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul, onde integrou a equipe do Jornal do Almoço. Atualmente, apresenta ao lado de Dinorá Rodrigues, o agregador de notícias Bombou, e recentemente lançou a coleção de camisetas Mano Rei, que tem como objetivo fomentar a cultura afro por meio da moda, com peças que carregam ideias e inspirações, valorizando a poesia existente na ancestralidade negra. 

São seis estampas que foram criadas a partir de frases, ideias e inspirações de Manoel Soares acerca da beleza afro. As peças estão disponíveis para pré-venda nos canais onlines da marca a preços especiais, a partir de R$ 89.  

Trajetória 

O artista também já fez parte da equipe do Profissão Repórter, foi repórter e apresentador do programa Se Joga, repórter do Fantástico e apresentou o É de Casa. De 2022 até junho de 2023 foi apresentador do Encontro, da TV Globo, e Saia Justa, no GNT. 

Sua atuação como apresentador na televisão é exemplo significativo de mudança, é importante que o processo de ganho de consciência social fique mais forte, e a voz do artista é presente nesse aspecto. Combate com fatos a desconstrução do racismo estruturado, um processo complexo e lento que precisa estar cada vez mais em pauta.

 

Em 2022, recebeu na Tanzânia o título de Embaixador Cultural da União Africana, pelo conselho econômico e Cultural da The African Pride, organização que promove a integração entre os países do continente africano, desde 2002. 

Em meados de julho deste ano, o apresentador lançou  o projeto multiplataforma Bombou , agregador de notícias apresentado por Manoel e Dinorá Rodrigues, que leva ao público, de forma rápida, criativa e coloquial, as principais notícias que repercutiram na mídia em geral, nas redes sociais e que podem impactar a sociedade. Em apenas um mês após o lançamento, a plataforma já alcançou mais de 11 milhões de visualizações. 

 

Casado com Dinorá Rodrigues, a coordenadora da CUFA (RS), Manoel tem seis filhos e também é autor do livro "Para Meu Amigo Branco" (2022), além de já ter escrito livros para o público infantojuvenil. Neste fim de semana, lança na Bienal do Livro, no Rio, o livro A Luta de Denis, que traz uma história sensível e rica baseada em fatos da vida de Manoel Soares que foram suavizadas com a ludicidade artística do ilustrador Paulo Daniel. 

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A seguir, confira um bate-papo com o artista: 

 

Primeiramente, como é se sentir essa potência de artista que você se tornou? 

 

Eu acho que eu estou longe de ser uma potência, e toda potência ela acaba sendo vítima de um absolutismo de uma presença única, que não favorece ninguém. Eu sou o resultado da luta de muita gente que tem compromisso de continuar lutando para que as outras pessoas continuem também alcançando o que acreditam ser correto. Eu acho que eu nem posso me ver como potência, porque a hora que eu me ver como potência eu fragilizo aqueles que estão à minha volta, e isso seria um erro terrível. 

 

Como surgiu a ideia do Bombou, e como é trabalhar com a esposa neste projeto? 

 

O Bombou é uma tentativa de pluralizar cada vez mais o processo de comunicação, eu comecei a ver que os veículos de comunicação criaram uma lógica de feudo, onde quem acompanha um determinado veículo, muitas vezes não acompanha o outro, e essa relação é uma relação desonesta quando falamos da comunicação, porque existem informações que às vezes ficam na mão de um veículo só, e a fidelidade que o público estabelece com aquele veículo não permite acessar outras perspectivas da notícia. Quando nós criamos o agregador de notícias, era com objetivo de realmente poder expandir os horizontes do noticiário e, em pouco tempo, entregar às pessoas aquilo que elas não têm acesso, e nem é porque elas não querem, mas porque existe uma prática de consumir comunicação em uma única direção e, graças a Deus, está dando certo, fomos bem entendidos. Sobre trabalhar com a esposa, a grande magia de você trabalhar como casal é a possibilidade de conhecer a sua companheira, conhecer a pessoa que você ama num lugar diferente do lugar que vocês habitam. A versão da Dinorá que eu estou vendo no trabalho, estou vendo na frente da tela junto comigo, é uma versão que nesses 18 anos não tinha me sido apresentado ainda. De fato eu não trabalho com ela, eu assisto ela, e isso é muito mágico e está fortalecendo ainda mais o nosso relacionamento.

 

Pensa em voltar para a TV? 

 

Minha ausência da TV ainda é muito recente, estou mergulhando em outras plataformas, como o Bombou, tenho gostado bastante da resposta e de como o público tem esse olhar para o conteúdo múltiplo e maleável, sabe. Eu costumo dizer que eu vou aonde o público me quer, então é claro que não descarto a possibilidade de voltar pra TV, mas tudo depende do projeto e do momento. 

 

Você é pai de seis filhos, qual a importância da família na sua vida? 

 

A família é a base, ela é a raiz da árvore, é meu porto seguro. Faço tudo por eles, e a família é a minha maior motivadora. 

 

A  peça Para Meu Amigo Branco foi inspirada em seu livro homônimo, como surgiu a ideia e qual o sentimento em ver uma obra expressada nos palcos do teatro? 

Recebi o convite do João quando fiz uma entrevista para o mesmo sobre o lançamento do livro, ele veio com a ideia  de transformar a iniciativa do livro em uma peça, eu fiquei surpreso, porque, particularmente, eu achei que não teríamos um grupo de pessoas com a coragem de levar esse questionamento para os palcos. E num primeiro momento fiquei até receoso porque subestimaram a força da mensagem no livro. 

 

A insistência do João e a chegada do Rodrigo começaram a me mostrar que esse livro não era meu, o livro era das pessoas, porém eu só fui a pessoa que materializou, mas isso é construção, como conta Conceição Evaristo, que vem de muito antes, os nossos passos vêm de longe. 

A função do “Para o Meu Amigo Branco” não é trazer respostas para o mundo racista, mas trazer perguntas. São perguntas inconvenientes, que habitam um lugar não sagrado, que nós entendemos como família, pessoas, religião, deuses. A partir do momento em que o livro promove perguntas, auto desavenças, vamos começar a criar desconfortos necessários para mover as placas tectônicas que sustentam essa energia do racismo, que é difícil de ser combatida

 

Manoel em uma palavra? 

 

Movimento, eu preciso estar em movimento, é como andar de bicicleta, se parar, eu caio. Então, me mantenho em movimento. 

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